Prefeita Carmem Gean fecha contrato milionário com empresa investigada pela PF

A empresa foi alvo da Polícia Federal em 2020

Prefeita Carmem Gean fecha contrato milionário com empresa investigada pela PF

A prefeita Carmen Gean Veras de Meneses (Progressistas), do Município de Brasileira, vai gastar uma nota preta com a empresa Distrimed Comércio e Representações LTDA, velha conhecida das páginas policiais.

A prefeitura celebrou contrato no valor de R$ 1.837.524,89 (um milhão oitocentos e trinta e sete mil quinhentos e vinte e quatro reais e oitenta e nove centavos) para a compra de medicamentos, injetáveis e insumos para abastecimento da Farmácia Básica e Unidade Mista da Secretaria Municipal de Saúde de Brasileira-PI.

O contrato foi assinado em 11 de março e tem a duração de 12 meses, ou seja, tem previsão de encerramento após o mandato da prefeita.

Chama atenção a quantidade de alguns itens contidos no termo de referência, de um total de 151, como por exemplo, 150 mil comprimidos de metformina, utilizado no tratamento da diabetes, e 250 mil comprimidos de losartana, utilizado para a hipertensão arterial.

O Termo de Referência é o documento em que a prefeitura detalha aquilo que realmente precisa, definindo o objeto e a quantidade que pretende comprar.

Empresa foi alvo da Polícia Federal em 2020

Em 2020, a empresa foi alvo da Operação Caligo que investigou a fraude na compra de testes da Covid-19 pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), órgão ligado à Prefeitura de Teresina. De acordo com a PF, existem divergências entre a quantidade comprada e a fornecida, além de lucro 'excessivo' de aproximadamente R$ 4,5 milhões.

De acordo com o superintendente da Controladoria Geral da União, Glauco Soares Ferreira, a empresa Distrimed teve lucro bruto entre 56% e 419% nos materiais vendidos para a FMS. O lucro permitido para esse tipo de mercadoria hospitalar deve girar em torno de 30%.

“Fizemos análises das notas fiscais das empresas e identificamos a comparação entre o volume que entrou no estoque da empresa era incompatível com o volume que ela tinha fornecido à FMS. Esse preço acima do preço pelo qual a empresa adquiriu esses produtos, houve uma variação de lucro bruto entre 56% e 419%”, continuou Glauco.

“A praxe desse mercado do produto que foi fornecido gira em torno de 30% de lucro, conforme o decreto que estipula o percentual de 30% de ICMS. O preço praticado nesse tipo de mercadoria relacionado a saúde gira em torno de 30%, sendo que o menor lucro bruto que verificamos foi de 56%”, finalizou.

Fonte: GP1